Executivo e Judiciário continuam dançando uma valsa dissonante, e quem paga a orquestra é o setor empresarial, num espetáculo digno de Shakespeare.
Na mais recente peripécia judiciária, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu jogar um balde de água fria no alívio tributário das empresas, suspendendo partes da legislação que prolongava os benefícios fiscais até 2027. Com a canetada do Ministro Zanin, a tão almejada redução na folha de pagamento se torna agora uma espécie de artefato arqueológico temporário, prometendo agitações tanto na economia quanto nos tribunais.
É crucial compreender a magnitude do impacto. A desoneração da folha tem sido uma das armas preferidas do governo para desafogar o peso dos tributos sobre as empresas, trocando a contribuição previdenciária de 20% sobre a folha por alíquotas mais amenas, variando de 1% a 4,5% sobre a receita bruta. A meta? Estimular a geração de empregos e dar um empurrãozinho na economia.
No entanto, a maré virou. O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com a Medida Provisória (MP) 1.202/2023, propôs uma gradual escalada na carga tributária em 17 setores e pôs rédeas curtas nas compensações tributárias provenientes de decisões judiciais. O Congresso, não querendo ficar atrás, aprovou a Lei 14.784/2023 mantendo a desoneração, mas o STF, sob a perspicácia crítica de Zanin, destacou a ausência de uma análise do impacto orçamentário dessa extensão, um detalhezinho nada trivial aos olhos da nossa Constituição.
Com a decisão ainda em suspenso, após um placar provisório de 5 a 0 a favor do governo, o Ministro Fux pediu um tempinho a mais para ponderar, pausando o julgamento e adiando qualquer desfecho definitivo.
Enquanto Fux não volta do café, o cenário permanece em território movediço. A partir de 20 de maio, as empresas terão que lidar novamente com a alíquota anterior sobre a folha de pagamento, um retrocesso que ninguém pediu.
A reação do mercado foi tão imediata quanto picante. Vinte e uma entidades do setor econômico repudiaram a decisão de Zanin, deixando à mostra essa inesperada harmonia entre os poderes Executivo e Judiciário em nome da arrecadação tributária—um dueto que parece ter ensaiado bastante neste ano, dada a frequência das decisões favoráveis ao governo em batalhas tributárias.
Num ambiente onde o Judiciário parece mais um cobrador do que um guardião da justiça, torna-se indispensável contar com consultorias astutas como a Strategicos Group, que oferece a bússola necessária para navegar por mares tão revoltos.
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